Veja a diferenças entre TR, IPCA e Selic e entenda como o financiamento do seu imóvel sofre influência desses índices
Você sabe para que servem os indicadores econômicos? Essas siglas, muito comentadas nas notícias sobre bancos, servem para regular os rendimentos e juros das transações, influenciando, por exemplo, na taxa de financiamento do seu imóvel.
Se você precisa parcelar alguma dívida, especialmente se ela é de longo prazo — como no caso do financiamento de uma casa ou apartamento —, é muito importante entender como esses fatores influenciam nas taxas de juros e, consequentemente, no valor final que você vai acabar pagando.
Taxa Referencial (TR)
A sigla TR diz respeito à Taxa Referencial, um dos índices de correção da base de juros mais utilizados nos financiamentos imobiliários do país. Praticamente todos os parcelamentos feitos pelo Sistema Financeiro de Habitação (SFH) se baseiam nessa taxa.
O TR é um índice que pode ser vantajoso para financiamentos imobiliários, pois seu indexador está estagnado desde 2017, ou seja, tem baixo risco de oscilação. Além disso, suas taxas costumam ser atrativas.
Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA)
Calculado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o IPCA é a medida oficial da inflação no Brasil e também pode ser utilizado como base de juros para os financiamentos.
Esse índice é variável, mas dependendo do cenário, pode ser vantajoso. Como ele considera a variação do mercado e sofre atualização todos os meses, pode até mesmo tornar as parcelas mais baratas.
Em períodos de inflação controlada, como vinha acontecendo nas últimas décadas, esse índice era recomendado com alguma frequência para quem ia parcelar um imóvel. No entanto, como a inflação voltou a flutuar bastante, essa pode não ser uma opção muito segura no momento.
Sistema Especial de Liquidação e de Custódia (Selic)
A Selic é o sistema utilizado pelo Banco Central para influenciar nas taxas de juros das outras instituições financeiras do país. Os bancos não têm a obrigação de seguir a Selic, pois eles têm liberdade para definir suas próprias taxas de juros, mas a maioria usa esse indicador como base.
Ela é definida a cada um mês e meio em reuniões do Comitê de Política Monetária (Copom) e divulgada para servir de parâmetro para os demais bancos nacionais. Os diretores do Banco Central decidem como a Selic pretende variar e, simultaneamente, avaliam as oportunidades e os riscos do cenário atual no país.
Se a Selic está alta, os bancos costumam aumentar as taxas de juros para financiamentos. Embora, nem sempre haja reajuste quando a Selic baixa. Portanto, é importante perguntar ao seu gerente sobre como a instituição age em relação a isso.
A Selic também costuma influenciar no rendimento da poupança. Portanto, os créditos baseados no índice da poupança também são afetados pela variação da taxa Selic.
Qual é a melhor opção?
Quando o assunto é mercado financeiro, não existe uma resposta certa sobre qual é o melhor investimento. O motivo é que isso depende bastante do perfil da pessoa que vai fazer a negociação e do quanto ela pode arriscar.
Portanto, a melhor forma de definir o que é melhor para o seu caso, é conversar com um consultor que entenda qual o seu perfil e, baseado nele, aconselhe sobre como anda o mercado em que você pretende fazer o financiamento.
As taxas baseadas na TR costumam ser as mais recomendadas para o cliente de perfil mais conservador, que investe grande parte das economias em um imóvel e não tem expectativas de conseguir quitá-lo num curto prazo. Esse índice costuma ser mais previsível sendo, portanto, mais seguro.
Investidores com possibilidades de arriscar e perfil mais arrojado, porém, podem se beneficiar com taxas baseadas no IPCA ou mesmo na Selic. Caso tenham recursos para quitar a dívida em pouco tempo, ganham benefícios justamente das temidas variações.